Expedição Vulcões do Equador
Nosso grupo da Expedição Vulcões do Equador saiu meia noite para ataque ao cume do Cayambe 5790M, o clima estava agradável e não fazia tão frio quanto esperado. Seguiram pelo glaciar até 3:00 quando começou uma nevasca que reduziu o campo de visão, conseguiram seguir um pouco mais devagar e com mais atenção.
Às 4:30 e a 5450M o guia da primeira cordada sentiu um estalar elétrico no rádio, em seguida ele puxou a jaqueta e os pêlos do braço começaram a subir, logo depois ele levantou a piqueta acima da altura da cabeça e viu uma tensão elétrica se formar.
Em seguida veio a chamada de rádio com o alerta “Atenção todos, estamos em meio a uma grande tempestade estática”, nesse momento reuniram todas as cordadas e começaram a descer o mais rápido possível.
Mas Fernando, o que é uma tempestade estática ?
“Na aglomeração de nuvens, correntes de ar quente e umidade, próximos ao solo, sobem em camadas altas e frias da atmosfera. Quando esse vapor de água se liquefeita e solidifica, caem na nuvem, colidindo constantemente entre outras partículas de água na nuvem. Durante a colisão essas moléculas perdem alguns de seus elétrons para outras moléculas, na qual essas partículas ficam com excesso de elétrons, e portando, carregados negativamente, e aquelas que perderam elétrons ficam carregadas positivamente, esse momento é chamado de eletricidade estática ou eletrostática. Quando isso acontece, forma se um campo elétrico, separadas entre as cargas positivas e negativas”.
Em uma hora conseguiram sair do glaciar e seguir pelo caminho que antes eram rochas agora estavam cobertas por uma camada espeça de neve.
A segurança estava redobrada na descida, atenção em cada passo para não escorregar sobre a camada de gelo de cobria as rochas, às 7:00 estavam de volta no refúgio!
Todos estavam incrivelmente felizes com a experiência que acabaram de vivenciar, as adversidades da montanhas as vezes são experiências mais valiosas do que um belo dia para cume e todos compartilhavam da mesma sensação!
As 8:00 se reuniram e abriram uma champanhe para brindar e comemorar essa incrível escalada no último dia do ano e por estarmos todos bem e em segurança. As pessoas das outras Expedições não entendiam muito a felicidade que rodeava o nosso grupo, já que todos, sem exceção tiveram que regressar.
Acreditamos que nós brasileiros temos esse diferencial do carisma, da amizade e do companheirismo e que em meio a todos problemas conseguimos sorrir e enfrentar os maiores desafios impostos a nós!
Hoje é dia de descanso, todos estão desfrutando das instalações da hosteria e comemorando a passagem de ano. Eduardo seguiu para o aeroporto, uma parte do grupo aproveitou para fazer um passeio ao refúgio alto do Cotopaxi e o restante ficou na pousada aproveitando o dia de descanso.