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Segue a líder – Mulheres no Everest

Primeira mulher sul-americana negra a chegar no topo do Everest, agora Aretha Duarte lidera grupo de maioria feminina ao campo base da montanha mais alta do mundo e vê seu legado impactar outras mulheres no esporte.

Por Jade Rezende

O que você quer fazer antes de entrar no “resto da sua vida”? Antes de se casar, de ter filhos, caso essas sejam as suas escolhas? Para
as jornalistas Anna Laura e Virginia Falanghe, o desejo era conhecer o Monte Everest. Sem experiência no montanhismo, as amigas e sócias viram o sonho ficar mais próximo da vida real quando descobriram a possibilidade de realizar o trekking até o campo base da montanha, que pode ser feito por iniciantes. A ideia da viagem tomou força quando elas convidaram outras amigas, criando um grupo
majoritariamente feminino (sete mulheres e quatro homens) para conhecer uma das montanhas mais imponentes do planeta.

No mesmo momento em que as jornalistas descobriram o sonho em comum e planejavam o trekking, no começo de 2021, outra brasileira brilhava na cena do montanhismo brasileiro: Aretha Duarte se tornava a primeira mulher negra latino-americana a chegar no topo do Everest. As histórias dessas mulheres se cruzaram quando, ao buscarem agências que realizavam a viagem ao campo-base, Anna Laura e Virginia contataram a Grade6, empresa na qual Aretha trabalha como guia de montanha. “Quando soubemos da possibilidade de tê-la
como líder, não adiantou sugerir mais ninguém – queríamos a Aretha de qualquer jeito”, conta Anna Laura. “O nosso desejo era fazer o trekking em torno da ideia de força feminina, então tê-la como guia seria um símbolo máximo.”

Luísa Galiza, viajante profissional e criadora de conteúdo com o blog Leve na Viagem, referência feminina de ecoturismo e turismo de aventura do Brasil, foi mais uma das mulheres que aderiu ao grupo – e a líder escolhida foi o motivo principal. Segundo ela, ter a Aretha como guia foi “como um ato político e simbólico”. “Confesso que, se não fosse ela, eu teria adiado essa experiência, já que trabalho com viagens e estou sempre na estrada”, admite Luísa. Para Aretha, que nasceu na periferia de Campinas (SP) e levantou recursos para chegar ao Everest trabalhando com reciclagem, a escolha do grupo representou uma grande valorização do seu trabalho. “É um reconhecimento que conquistei ao longo de muitos anos, e minha expedição ao Everest em 2021 acabou fortalecendo a ideia de que eu sou uma boa guia e uma boa pessoa para levar mulheres ao montanhismo – e isso foi muito representativo”, declara.

Desde que conquistou o cume da montanha mais alta do mundo, a educadora física decidiu usar sua trajetória para ressaltar questões como diversidade e proteção ambiental. Aretha teve o primeiro contato com o montanhismo em 2004, durante a faculdade, e se apaixonou de vez. Ela trabalha como guia de atividades outdoor na agência Grade6 desde 2011. No primeiro encontro com o grupo que a escolheu como guia no Nepal, a montanhista se emocionou. “Ali eu entendi que o meu êxito no Everest significou o início de conquistas coletivas, de resultados para além de mim mesma”, afirma Aretha. “Porque de algum modo eu estou contribuindo para que outras mulheres se sintam à vontade na prática desse esporte e motivadas para estarem em um ambiente tão hostil – e ainda muito masculino – que é a montanha.”

O TREKKING

O grupo desembarcou em Katmandu, no Nepal, em meados de abril para o início da jornada. Foram 12 dias de viagem, sendo nove fazendo os 130 km de trekking até o campo base do Everest, que fica a 5.364 metros de altitude. Como se trata de uma caminhada
sem alto nível técnico, que pode ser feita por iniciantes, a aclimatação é realizada de forma bastante gradual, com uma média de ganho de 500 metros de desnível positivo por dia. Os desafios são diversos: até 15 km diários de caminhada, frio extremo, peso das bagagens e o mal de altitude. Luísa, que tem diversas vivências de montanha no currículo – inclusive como guia –, apresentou quadro de enxaqueca e falta de ar. Segundo ela, não existe preparo físico suficiente para ficar imune ao mal de altitude. Nesse trekking, porém, a viajante estava no lugar de aprendiz, diferentemente do que é acostumada, e se permitiu ser vulnerável aos tropeços da trajetória. Estar numa equipe feminina foi uma grande ajuda, de acordo com a blogueira. “As mulheres têm senso de coletivo, cuidado e força – o grupo fica mais suave e sensorial com elas”, afirma.

Anna Laura, que é jornalista de viagem mas não possui experiência em alta montanha, conta que não sabia o que esperar do desafio e tinha muitos receios. Ela também teve fortes enxaquecas por conta da altitude e, durante as caminhadas, achava que não conseguiria passar por algumas etapas – mas os Himalaias e a união da mulherada serviram de suporte. “Estar lá me trouxe muita força interna e também a sensação de que sou capaz de fazer muito”, diz. Outro grande alicerce do grupo foi Passang, uma guia sherpa mulher – raridade nas expedições no Everest. Em 12 anos de trabalho com o roteiro do campo base, Aretha nunca havia sido acompanhada por uma guia local feminina. Segundo ela, a presença da sherpa fez grande diferença para deixar a equipe, majoritariamente feminina, ainda mais à vontade, divertida e harmoniosa. Para Anna Laura, Passang foi essencial para as mulheres se conectarem à sua independência. “Passamos por perrengues juntas e nos ajudamos, tudo isso em um ambiente masculino
que conseguimos dominar”, conta.

Para Aretha, que já tem mais de uma década de experiência na montanha e conquistou o topo do mundo, o trekking com o grupo foi, no fim das contas, uma grande lição sobre a grandiosidade das relações femininas. “As mulheres não demonstram competição durante o trajeto. Pelo contrário: elas viam mais satisfação e alegria se todas chegassem bem até o destino”, lembra. O final feliz dessa história veio temperado por uma feliz coincidência, confirmando que sim, cada vez mais, mulheres puxam umas às outras nas jornadas ao ar livre: durante o percurso, o grupo de Aretha encontrou uma equipe egípcia 100% feminina que fazia a expedição e tinha como líder Manal Rostom, a primeira mulher do Egito a chegar no topo do Everest. É a inspiração e a sororidade movendo montanhas.

Ao vivo no campo base

Era 1975 quando a primeira mulher conquistou o cume do Monte Everest. Sem acesso a tantas informações como temos atualmente, a japonesa Junko Tabei arriscou sua vida enfrentando avalanches e chegou ao topo sem saber o que a esperava nos trechos finais do trajeto. Quase 50 anos depois, muita coisa mudou: Os montanhistas já sabem o que cada etapa da escalada demanda e contam com diversos equipamentos tecnológicos para chegar até lá com mais segurança – apesar de ainda ser uma aventura de muito risco. Junko jamais imaginaria que, algumas décadas depois, Aretha Duarte, Anna Laura e Luísa Galiza conseguiram até participar de uma live com a nossa diretora de redação, Maria Clara Vergueiro, em uma transmissão que rolou ao vivo nas redes sociais lá do campo base do Everest. Os seguidores puderam ter um gostinho do cenário épico e ver os detalhes das tendas individuais, a área de refeições e até o banheiro no local, tudo em tempo real. A live está salva no Instagram da Go Outside e você pode conferir acessando nosso perfil: @gooutsideoficial

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Por Dentro da Viagem

Expedição Vulcões do Equador 08.08.23

Hoje foi dia de descanso e saímos para conhecer o vulcão Quilotoa, esse vulcão é um dos pontos turísticos mais visitados do Equador por ser acessivo e poder chegar de carro até a borda da cratera, onde vive uma pequena comunidade que tem como maior fonte de renda o turismo. É uma experiência incrível de estar dentro da cratera de um vulcão potencialmente ativo, com atividade hidrotermal e ter a oportunidade de fazer um passeio dentro da cratera. Descemos até a Laguna com cor verde esmeralda e fizemos um passeio de caiaque de meia hora, desfrutando de uma experiência única que vai ficar gravada pra sempre na memória dos nossos expedicionários. Todos bem e descansando, amanhã sairemos às 10:00 para o refúgio do vulcão Cayambe e durante a madrugada faremos o ataque ao cume.

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Por Dentro da Viagem

Expedição Vulcões do Equador 06.08.23

Hoje nosso grupo chegou 100% ao cume do vulcão Ruminahui 4721M. Foram 6:30 de atividade e 900M de ganho de elevação. Assim concluímos nosso primeiro ciclo de aclimatação, todos estão bem e descansando. Amanhã saímos para escalar o vulcão Illiniza Norte 5126M.

Guia de Ferramentas
e Equipamentos

Para garantir a segurança, a proteção e o conforto de todos os participantes de uma expedição, contar com as ferramentas e equipamentos adequados é fundamental. Ao dispensar itens de qualidade, você não apenas coloca a sua vida e a de outros em risco, mas também torna a experiência de escalada ou trekking em algo nada satisfatório.

Como existe um leque muito grande de itens voltados para esse tipo de atividade e nem sempre é fácil encontrar o mais adequado, nós, da Grade6, decidimos montar este guia para facilitar sua compra.

Mochila

A escolha de uma mochila ideal vai trazer mais conforto e menos impacto no seu condicionamento físico durante a atividade. Considere o peso do equipamento que você vai levar e a duração da expedição antes de efetuar a sua compra.

Óculos

É praticamente impossível sair para uma expedição sem os óculos apropriados. Assegure a sua visão com óculos de proteção contra Raios UV e evite o reflexo provocado pelo Sol.

Corda de segurança

Item absolutamente indispensável nas expedições. É necessária uma corda de, no máximo, 3 metros com 8mm para garantir máxima segurança.

Garrafas d’água

Durante as expedições, é imprescindível ter água disponível a todo momento para manter o seu corpo hidratado e evitar problemas relacionados à saúde. Nós, da Grade6, recomendamos levar pelo menos uma de cada garrafa.

Pescoceira

Buff é um tipo de cachecol indicado para expedições, protegendo o seu rosto e pescoço do frio, vento e até mesmo dos raios UV. É importante que sejam leves. Ao menos 2 “Merino wool buff”.

Gorro

Um gorro feito de lã criado especialmente para manter a cabeça dos montanhistas aquecida, mesmo em grandes altitudes. Indicamos garantir duas.

Mosquetão

O anel de metal oblongo, ou em formato de “D” com um lado articulado por mola, é usado para alpinismo, servindo principalmente como um conector. Também garante que a corda possa correr livremente, garantindo mais segurança. Não é preciso se preocupar sobre a classificação de força do mosquetão caso ele atenda ao padrão europeu (EN 12275) ou UIAA. É importante procurar estes ícones na estrutura do mosquetão para confirmar.

Picareta

Uma machadinha leve para garantir pontos de apoio durante escaladas no gelo ou na neve, possibilitando o controle de possíveis deslizes. Um par é o suficiente. Modelo deve ser testado (UIAA).

Capacete

Também é impossível sair para uma expedição sem estar com o capacete adequado. Ele protegerá a sua cabeça de impactos. Nós recomendamos um capacete híbrido, que possui uma “carapaça” rígida de plástico no exterior e espuma no seu interior. Assim, o capacete não pesa tanto, é mais confortável e não deixa de ser resistente.

Ascensor

Um dispositivo fundamental usado para subir cordas ou aumentar a proteção com uma corda fixa ao subir uma montanha ou terreno muito íngreme. Um é o suficiente.

Dispositivo para Rapel

Trata-se de um dispositivo usado para que você possa descer em uma corda de maneira manual. Com a fricção criada, você pode descer de maneira mais lenta, garantindo mais segurança no processo.

Botas

Botas de montanhismo são à prova d’água, impedem a perda de calor corporal e possuem solas bem rígidas.

Casaco Térmico Low

Esse é um tipo de casaco térmico que mantém o montanhista aquecido no frio graças às penas adicionadas em sua confecção, sendo extremamente eficiente em baixas temperaturas.

Segunda Pele

Trata-se de um dispositivo usado para que você possa descer em uma corda de maneira manual. Com fricção criada, você pode descer de maneira mais lenta, garantindo mais segurança no processo.

Corda de Segurança

Botas de montanhismo são à prova d’água, impedem a perda de calor corporal e possuem solas bem rígidas.

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